Emi - A alma Yorubá
E de onde vem a nossa alma? O suspiro sagrado de nossa existência?
Muitos se fazem a pergunta sobre de onde viemos, para onde vamos.
Mas o que somos? O que é essa nossa essência?
Nos diferenciamos dos outros seres vivos, pois pensamos e irradiamos aquilo que sentimos.
E eis o segredo da vida. Èmí, a nossa alma.
Nossos ancestres iorubás, acreditavam que os seres humanos são compostos pelo elemento físico (corpo) e pelo elemento espiritual (alma). Acredita-se que após Orixalá (Òrìsànlá) moldar nossa corpo físico e os órgãos internos, Olodumare (Olódùmarè), Ele mesmo, é responsável por criar o Èmí de cada indivíduo, dando vida ao corpo moldado.
Èmí é uma fração do sopro divino que Olodumare coloca dentro de cada ser vivo, para fazer dele parte da existência viva na terra. No plano espiritual, a alma é de extrema importância, pois é um elemento imperecível da personalidade de cada humano.
Para compor cada personalidade humana, três são os elementos fundamentais:
- èmí (alma), que tem a sua realização física no coração humano, o qual carrega o mesmo nome.
- orí (a cabeça interior),que corresponde ao cérebro, pensamento.
- esè (pés), que são conhecidas pelo mesmo nome no plano físico.
Após a construção do físico e espiritual, Ajalá (Ajàlá) nos oferta uma de suas cabeças para que possamos escolher nosso destino. O ato da escolha de nossa cabeça, é reconhecido como livre-arbítrio. Neste momento, além de Ajalá, o único que testemunha nossa escolha de destino é Orumilá (Òrúnmìlà) o senhor da divinação e sabedoria. Daí a importância de se consultar os búzios e/ou Ifá de tempos em tempos para saber o desejo de Ori e regressar ao caminho de escolha de nosso destino.
Quando um homem morre, seu Èmí (alma) espiritual não morre, carrega todas as ações, emoções e sentidos. E vai para o òrun com um novo corpo, ocupando o seu lugar entre os ancestrais. Enquanto na terra, Èmí trabalha para que todo indivíduo tenha a esperança de que sua vida será melhor.
E é nesta conexão com nossa alma que se faz vivo nosso elo ancestral.
Assim sendo, Olódùmarè habita nosso íntimo mais profundo e nosso interior é composto pelo sopro do maior ancestral.
Nosso corpo é sagrado, templo da essência divina.
Michelle D'Angelo
Omo Yemoja
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