FIOS DE CONTA - O ELO DA FÉ
Os fios de conta nos unem em um elo sagrado com nossos antepassados.Eles são responsáveis pela conexão entre o espiritual, intangível e o material, que se pode tocar, tangível.
É por meio deles que registramos nosso vínculo e demonstramos nossa fé.
São eles que nos acompanham desde que nascemos até a nossa morte, nos ritos de axexê.
Desde o kelê, delogun, fios de grau, humjegbe e tantos outros, possuem como missão representar o orixá, resguardar nosso corpo e firmar o compromisso com nossa religiosidade.
Os fios possuem contas de elementos naturais, pois acreditamos que os materiais minerais e metais transmitam a energia vital do elemento terra, resgatando as nossas origens.
Já a quantidade das contas e cada intervalo, está ligado às nossas raízes de axé, aos nossos odus, ao odu representativo do orixá ou transcorrem pelo destino ao qual pertencemos.
O fio existe e é real, para que possamos nos lembrar da importância dos orixás, da importância de nosso respeito e comprometimento com o sagrado.
Não são enfeites ou adornos. São verdadeiras jóias para os que os carregam.
Fios de contos, memórias e histórias que traduzem ritos, passagens, itans e vivências.
Instrumentos religiosos que fazem elo entre o humano e o divino, a aliança com o orixá, regados de energia, abastecidos da fé e de elementos sacralizados durante os cerimoniais do candomblé.
Este espaço resguardado pelo círculo de contas (corpo), fica munido de boas energias e de proteção, fazendo com que a harmoniosa energia transcorra e complete o seu ciclo constantemente.
Quando ganhamos de presente, ele vem acompanhado de felicidade. Só damos o que temos, só dedicamos algo à alguém quando gostamos. Um presente é uma honra.
Quando confeccionados, tem o intuito de se fazer ouvir, um pedido, uma benção, uma resposta e representamos através dele um orixá.
Somos portanto, privilegiados e abastecidos de fé à todo o tempo.
Devemos respeitar nossos fios, bem como respeitamos nosso sagrado.
É por ele que a energia se estabelece em um corpo, somos identificados e protegidos.
Toda conta carrega uma história, é uma energia, é um momento divino.
É o inicio da hierarquia que rege e mantém o candomblé, bem como a marca registrada do culto ao qual pertencemos.
Respeito o fio, pois respeito o sagrado, respeito o fio pois nele contém a força do meu ancestral. Respeito o fio pois é dele que me abasteço e relembro o quão importante é a minha fé.
Esta imagem diz muito sobre isso, ela faz parte da gravação do clipe da música "Minha fé", do grupoInúdidùn - Samba da Felicidade.
Obrigada por compartilhar comigo o seu canto de fé,Adriano Azevedo.
Okan Mimo!
Michelle D'Angelo
Omo Yemoja
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