OH ZÉ FAÇA TUDO QUE QUISER, SÓ NÃO MALTRATE O CORAÇÃO DESSA MULHER.
Reconhecida como patrimônio cultural pela UNESCO, a Umbanda completa mais um ano de sua existência no dia 15 de novembro.
Em homenagem a esse grande povo de fé, abordamos uma das maiores celebridades dos terreiros: o Sr. Zé Pelintra.
Podemos afirmar, que “Seu Zé” é a segunda entidade mais famosa no Brasil.
Realizamos uma breve comparação de tendências com os nomes das entidades mais buscadas pelo Google, e adivinhem só , o famoso “seu Zé” só perde em pesquisa para a Dona Maria Padilha.
Mas também há de se entender, porque quando o assunto é coração... ;)
Ainda falando sobre essa pesquisa comparativa, os 5 estados que possuem mais buscas sobre essa figura emblemática, são: Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, Mato Grosso e Ceará. E não para por aí, os 2 termos mais buscados são: Oração Zé Pelintra e Ponto Zé Pelintra, em uma confirmação sobre a devoção dos que nele acreditam e entoam seus pedidos de fé.
Não encontramos documentos que evidenciem a origem de “Seu Zé”, mas fizemos uma vasta pesquisa e ouvimos muitas estórias (inclusive dele próprio manifestado, em diferentes médiuns e tipos de incorporação).
Unimos então as mais contadas versões e trazemos um resumo aos fãs e devotos deste grande ícone do mundo espiritual.
José (que pode ser dos Anjos, Gomes, Francisco, de Santana, entre tantos outros) nasceu no interior de Pernambuco. Era um negro forte e ágil, mulherengo, que vivia na noite, jogando, bebendo, dançando e envolvido em confusão.
Era muito bom no manejo da faca e diziam que quem entrasse em uma briga com ele, era o mesmo que assinar o atestado de óbito.
Iniciado no culto da Jurema Sagrada, seus irmãos do catimbó diziam que ele estragava a religião, pois só queria saber de farra e bebida, não levando a sério suas responsabilidades.
Por outro lado, relatos dizem que tinha um coração bom e cuidava principalmente das mulheres, tratando-as como verdadeiras rainhas.
Após a morte, os mestres da Jurema logo estão de volta, sendo invocados e consagrados em outros mestres, manifestando aquele amigo ou ente querido de volta ao convívio.
No caso do Zé, como seus irmãos não gostavam muito dele em vida, ele se consagrou em muitas cabeças, saindo às ruas como se fosse vivo, fazendo com que o médium deixasse de existir, dedicando a sua vida ao mestre.
Nesta forma de aparição, é considerado um mestre e doutor muito respeitado. Usa bengala, paletó, fuma cachimbo e dança baião e xaxado. O reino espiritual chamado de “Jurema”, é o local sagrado onde vivem os Mestres do Catimbó, religião forte do Nordeste, muito aproximada da Umbanda, mas que mantém suas características bem independentes.
Ainda no nordeste, na região de Recife – PE, existia um bairro chamado Encruzilhada, onde o Zé Malandro abusava da boemia junto com sua namorada a Mestra Navalhada (também conhecida como Maria Navalha na umbanda).
Na região sudeste, mais precisamente no Rio de Janeiro, ele é bastante conhecido na umbanda por seu riso fácil e conquistador, deixando os corações das mulheres arrebatados com seu jeito malandro de ser. Nesta ocasião, Seu Zé se faz presente na linha de malandro, como um boêmio muito conhecido das noites do bairro da Lapa.
Já em São Paulo, na maioria dos terreiros, ele vem como um exú mensageiro, por vezes atrelado também a linha de Ogum, protegendo seus seguidores de todos os males e inimigos traiçoeiros. Pode também vir na linha de boiadeiro ou baiano, imagem essa associada à seus costumes originados no catimbó. Suas vestes (como o famoso terno branco e seu chapéu de panamá) também vêm desta mesma origem.
Já em alguns terreiros de candomblé, atua como “catiço”, dando conselhos, consultas e direcionando trabalhos espirituais para os mais diversos fins, quer seja saúde, amor, dinheiro, perigo ou família.
“Seu Zé” é uma das entidades mais versáteis já conhecida e trabalha nas duas linhas: tanto esquerda quanto direita. Mas ao contrário do que pensam, quando na linha de esquerda, Zé não pratica o mal nem faz feitiçarias, mas pelo contrário, vem revestido dessa energia para auxiliar os que o rogam, cortando qualquer tipo de negativo, livrando seus filhos e amigos de situações de perigo eminente.
Possui muitos seguidores, justamente pelos seus trabalhos espirituais, seus bons conselhos, conversas e respostas rápidas às aflições mundanas.
Zé Pelintra foi mestre, doutor, malandro, boêmio, mulherengo, jogador e adorava uma confusão.
Salve Seu Zé! Saravá!
Michelle D'Angelo
Omo Yemoja
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